segunda-feira, 15 de junho de 2015

Desenvolvimento e Sustentabilidade


Um dos termos mais comentados na atualidade versa sobre desenvolvimento sustentável, onde passamos a ter uma visão mais ampla sobre desenvolvimento. Em outras palavras, o desenvolvimento das nações não está ligado apenas à questões comerciais e tecnológicas, mas implica em qualidade de vida para a população de hoje e de amanhã. Melhor dizendo, desenvolvimento sustentável pode ser definido como um modelo econômico, social e ambiental capaz de satisfazer as necessidades da geração atual, utilizando recursos de forma consciente, de forma a não comprometer a existência de gerações futuras. A ação humana irresponsável tem contribuído para colocar nosso planeta em situação alarmante com graves danos à natureza, como a extinção de espécies de animais e plantas e uso abusivo das fontes de recursos naturais. Além disto adotamos um modelo econômico socialmente injusto, que favorece algumas classes sociais, em detrimento de outras, gerando desigualdade entre elas. Ao pensarmos em desenvolvimento sustentável, começamos a questionar estes modelos e a buscar formas mais conscientes e éticas de desenvolvimento e crescimento econômico. O PIB é um índice que mede a riqueza de uma região considerando os bens e serviços produzidos na mesma, não mede por outro lado, o grau de satisfação da sociedade, visto que não reproduz medidas de distribuição de renda, conservação do meio ambiente e bem estar humano. Em 1972, surge um novo conceito sobre indicadores, mais especificamente em Butão, no Himalaia. Trata-se do FIB (Felicidade Interna Bruta), ou seja, a proposta deste índice é medir o grau de satisfação das pessoas, levando em conta a educação, saúde, padrão de vida, ecologia, entre outros, não se limitando apenas à números e questões financeiras.
Segundo (PORTILHO, 2005)
o consumo total da economia humana tem excedido a capacidade de reprodução natural e assimilação de rejeitos da ecosfera, enquanto fazemos uso das riquezas produzidas de uma forma socialmente desigual e injusta. Essas duas dimensões, exploração excessiva dos recursos naturais e iniquidade inter e intra geracional na distribuição dos benefícios oriundos dessa exploração, conduziram à reflexão sobre a insustentabilidade ambiental e social dos atuais padrões de consumo e seus pressupostos éticos-normativos
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A sociedade de consumo decorrente do capitalismo tem sido alvo de questionamento, visto que é a base da pirâmide. Ou seja, a produção desenfreada só se mantém porque existe a demanda. Por outro lado, romper com este modelo implica em consequências graves como diminuição de renda e desemprego. É uma questão complexa, visto que a sociedade de consumo é responsável direta pelos desmatamentos, esgotamento dos recursos naturais do planeta e a poluição ambiental, visto que além de outros aspectos, existe também a questão do lixo gerado pelo descarte irresponsável. Hoje em dia, algumas mercadorias já são fabricadas visando sua obsolescência, rápido descarte e nova aquisição, firmando um ciclo consumista, acarretando em mais problemas para o meio ambiente. Estas são questões prementes e que requerem alternativas inteligentes de controle, à fim de que possamos obter um desenvolvimento sustentável, baseado em consumo responsável e qualidade de vida. Reutilização de produtos e reciclagem, são algumas destas alternativas que podem ser adotadas no controle da demanda desenfreada e na despoluição do planeta.
Carta da Terra
A Carta da Terra é um documento, cuja primeira versão foi escrita durante a Conferência Rio 92, no Rio de Janeiro, que versa sobre os princípios fundamentais e éticos para a construção de uma sociedade global sustentável, pacífica e justa. Fonte de inspiração e reflexão para as nações sobre como podemos atingir um desenvolvimento real, ou seja capaz de promover qualidade de vida e atender nossas necessidades. Este novo modelo de vida sustentável requer a compreensão de que democracia, justiça social e econômica, integridade ecológica e paz são princípios interdependentes e só possíveis com a participação de toda a sociedade. Vivemos um momento de transição de valores, de forma que algumas decisões e escolhas não podem mais ser adiadas ou delegadas. Vivemos em um planeta que abriga recursos finitos e dos quais dependemos para sobreviver enquanto espécie.
O texto desenvolvido acima reflete de forma resumida a problemática que abrange questões prementes de sobrevivência e qualidade de vida. Se por um lado, novas tecnologias e descobertas colocam a nossa disposição diversas facilidades e favorecem o consumo, por outro lado estas mesmas facilidades e consumo nos colocam em um dilema ético e vital, pois contribuem para o nosso próprio fim, visto que somos dependentes de recursos que estamos extraindo do planeta, sem a devida preocupação com a sua condição de finitude. Outro ponto crucial envolve questões como desigualdades social e econômica, problema que atinge a maioria dos países. Todas estas questões apontam um quadro crítico para a humanidade, que por vezes aponta que caminhamos para um colapso irreversível. Por outro lado, começamos a despertar em todos os pontos do mundo, pessoas e instituições se manifestam e apontam possíveis soluções e se mobilizam na tarefa de conscientização da humanidade. Fica claro que esta é uma causa árdua, sem respostas imediatas, que precisa ser abraçada por cada um de nós, no desempenho de nossas funções diárias. Talvez não possamos reparar todos os danos já causados, mas depende de nós a conscientização prática capaz de evitar danos novos e futuros, seja em relação ao ambiente, seja em relação a sociedade.

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